É o terceiro livro de contos de André Giusti. O título é o mesmo do conto que abre o livro: a história de um migrante que vem para Brasília de repente e se vê sozinho em um hotel da cidade sem conhecer nada nem ninguém na capital do país. A frase foi pinçada do meio do texto porque resume o sentimento do personagem, que não se sente em casa em meio a tantas peculiaridades de Brasília, como os eixos que cortam a cidade e os prédios que abrigam o poder, e fechar a geladeira com o pé é, segundo ele, uma leviandade que só se comete em casa. Preso às lembranças da terra natal, ele precisa entender sua nova realidade, mergulhada na profunda solidão que a amplidão do Planalto Central traz muitas vezes para quem aqui chega. O conto levanta algumas sensações e situações enfrentadas por quem vem de fora e que acabam se incorporando à rotina daquele que por aqui firma raízes.O livro é dividido em duas histórias, que pelo tamanho talvez possam ser classificadas como novelas. A outra-Dóceis Beatniks-não é sobre Brasília, mas a cidade é o ponto de chegada de uma viagem de quase dez mil quilômetros, em que o importante é a vida a dois de um casal pelas estradas do país.