Na sociedade em vias de midiatização, os cartazes desprendem-se ainda mais do suporte físico da cartolina, mostrando-se elemento de ingresso e performance nas manifestações contemporâneas ocorridas no Brasil e no mundo. Este livro analisa aqueles que foram utilizados em movimentos recentes, mais precisamente os de junho de 2013 no Brasil. Nas ambiêcias por onde passa, o cartaz é adaptado e registrado conforme as técnicas, regras e intenções de cada espaço: rua/praça – redes sociais digitais/espaço virtual – mídia tradicional/plateia. Sendo suporte físico, imagem, postado ou tendo seu conteúdo transformado em hashtag, as ambiêcias são marcadas pela sua passagem. E, para além de ser um suporte físico, o cartaz contém mensagem constituída em interação e circulação, fazendo com que se apresente como signo circulante. Com isso, a obra faz breve resgate da utilização do objeto de estudo em momentos antes e depois do contexto central do livro. A montante de 2013, as manifestações contra o regime ditatorial do País. A jusante, as manifestações de 2015 contra a corrupção e a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Assim, o livro apresenta uma experiêcia social de produção de circuitos de circulação e marcação de ambiêcias midiatizadas, a partir do uso e da apropriação do objeto que vai muito além da cartolina.